Tag: #historia

Cada segundo

A vista não alcançava o final

Era um manto verde em muitos tons

Irradiava paz em seus diversos sons

Uma alegria, quase um carnaval

Ao lado um azul profundo 

E um mosaico de pontos cintilantes

Piscando em prata, inebriantes

A luz do sol, aqui no mundo

Um presente da natureza

Que provoca sua alma

Dentro de toda essa calma

O despertar com toda delicadeza

Enxergar não é apenas ver

É sentir quando olhar

É  um mergulho no mar

Uma pausa para crer

E quando sentir o que podes ver

Entregar a tristeza toda

Para que a natureza a acolha

E em conforto, a paz lhe devolver

Espere da vida o que de ti ela espera

Não somente uma existência

Repleta de inconsistências

As conquistas enfiadas numa cratera

Mas sim viver cada segundo

Não como último 

Mas o primeiro

De sua vida nesse mundo

Fernando Barone pretende renascer para viver cada segundo

Equívoco

Incrível
Um equívoco interminável
Mas verdadeiro
Se existe verdade
Não temos por inteiro
Sendo muita crueldade
Num inverossímil roteiro
E final sem paradeiro

Se então somente o amor
For a causa verdadeira
De encontrar a dor
Criando a derradeira
Forma de pavor
A alma mensageira
Da tristeza e o desamor?

Porque a covardia
Persegue nossa vida
Sendo o dia a dia
De males invisíveis
Pela perda desse guia
Que nos levaria
Ao Olimpo da alegria?

Se desenhamos seu ator
Planejamos seu interior
Desejamos seu teor
Nunca se dará o encontro
Entre o acaso
E o amor

Ele vive do improvável
Se alimenta do impossível
Se alegra do sensível
Porém definha no razoável
E morre no plausível

Fernando Barone é um apostador de risco no amor.

Conselho do matuto

Por acaso
Descasado
Por causa
Do descaso
Que por acauso
Foi causado
Pelo mito
Do casado
Ser perfeito
De um paspalho
Arre burro
De homem feito
Do imperfeito
Casamento
Entre o porco
E o abestado
Não ensinaram
Nem mostraram
Que o bicho
É ser mansinho
Assim como um gatinho
Mas se invadirem o terreno
Nada de boi sereno
Da-lhe coice no traseiro
Do incauto forasteiro
Desse modo o casamento
Vira moda de viola
Cantado vira exemplo
E dura mais que passarinho
Cantando na gaiola

Fernando Barone enrola fumo na palha e pesca namorada no Rio Feliz

Prece da esperança

Um sopro teu e tudo muda
Não deve ser o homem que tudo julga
E sim tu que és o Criador
Alivia nossa dor
E nos ensina pelo amor
Impede que seja tudo
Um vale de sombras
Um mar de lágrimas
Uma existência dura
De coração sofredor

Se fosse um mundo de bondade
Com a pureza infantil
Teríamos trevas
Mas de verdade
Seriam provas
E não vontades

Muda tudo Criador
Sopra o mundo nosso Senhor
Que a terra brilhe
E as trevas temam
O bem se venture
O mal não perdure

Que ensine as crianças
A lhe amar pelo bem
Tenhas confiança
Podem ser forjados
Semeando sorrisos
Colhendo seus frutos
Espalhando abundância

Que o feliz não seja derrubado
Com pouco esforço
E o medo impregnado
Na certeza da tristeza
Que o destino tem traçado

Pareces decepcionado
Com o mal que grassou
O Homem travado
Nos olhos e na alma
Não lhe abraçou nem sorriu
Não agradeceu nem amou

Mas criança não deve apenas chorar
Mas sim no seu caminho acreditar
Crescer e aprender pela lembrança
De palavras e exemplos de esperança
Alegria, carinho e confiança
De que a bondade lhe seja
O fiel da balança

Fernando Barone, na crença de que Ele espera por mudanças nossas também.

Agradecido

Agradecer por mais um dia
Estando sob a luz que teu olhar irradia
Cantarolar nos acordes da alegria

Da solidão escapar um ser vivo
Aguardando seu sorriso
Para ser da felicidade um cativo

A magia da renovação
Do amor ora esquecido
Enriquece o coração
Agora agradecido

 

Fernando Barone, grato.

Sem causa

Estamos sós
Tanta gente ao redor
Mas nada a celebrar
Perdemos tempo escondidos
Em solidão acompanhada
E não damos conta em notar
Que os dias passam sem cessar
Nos deixam mimados e absortos
Pedindo esmolas ao tempo, afoitos

Obter, conquistar, vencer
Auto ajuda para ganhar
Nosso troféu para admirar
A vida toda a correr
Consumir para mostrar
A solidão a se comprar

Esquecemos dos queridos amigos
Que versavam sobre o amor
Que bebiam alegrias
E cantavam contra a dor
Ouvir uma estória bem contada
Dar risada em toda prosa
Aplaudir boa piada
Brincar com a criançada

A fogueira a crepitar
Uma saudade que sentimos
Dos tempos que esquecemos
Dos amores que perdemos
Sob um céu
De mil estrelas a brilhar

Não se cultua a pobreza
Nem se admira a nobreza
Mas observar e perceber
Que a vida pode oferecer
Caminho novos a seguir
Apenas ser feliz
E na alma poder sorrir
E no modo simples de ser
Nunca mais se esquecer

 

Fernando Barone é um causo sem causa…

Lassidão

Aquele perfume invadia o peito
De onde se sentia o forte pulso
Que tribulava o pensamento
Tinha noção do quão intenso
Era entregar a boca ao beijo
Olhando aos olhos do desejo

Largou-se aos abraços sem rodeios
Sem ouvir da prudência seus conselhos
E na lassidão sobre seu seios
Viajou sereno em devaneios

Dançavam entre pétalas de lírios
Inspirando em verso seus amores
E em prosa seus delírios

 

Fernando Barone, um delírio.

Coragem de viver

Como se planejasse um prefácio
Parecendo estar no epílogo
Um breve receio de estar no hospício
Pois apostava estar em perigo
Porque nada sabia sobre a saudade
Que lhe embotava a sanidade

E qualquer lucidez era pálida
Nem longa nem firme
Toda emoção era gélida
O preâmbulo de um crime
De esquecimento fingido
Pois nada lhe trazia conforto
Não lhe curava ter o coração morto
Parecia um moribundo ferido
Tentando viver pelo tempo
Que lhe restasse pelo sangue escorrido

Piedade
Perdeu a dignidade
Não era mais suportável
No limite improvável
O capitulo final do covarde

Foi bom se ver no espelho
Uma vergonha encheu o peito
Coração rebelde lhe tira proveito
Arrebata e mostra o trilho
Que repõe vida em seu caminho
O pássaro não fica no ninho

Um pequeno calafrio
Angústia de um recomeço
A insegurança e o desafio
A vida cobra o preço
Daqueles com receio
De monta-la ao rodeio

Quem supera o medo
Alcança muito além do horizonte
Beija o Sol como um amante
E faz da Lua seu brinquedo
Domina a dor com esperança
Confia, luta, alcança
O sorriso alegre de criança

Experimenta a liberdade
Exemplo farto da vitória
Vive o amor de verdade
Nunca morre sua história
Um legado de felicidade
Eterna na memória

Fernando Barone, sai da caverna.

Medo do escuro

Beijos que eram úmidos
Mas repletos de temor
Abraços muito tímidos
E distantes do calor
Mas agora estão ardendo
De paixão e sem pudor

Afasta essa chama
Para longe de minha cama
Tenho medo do que sinto
Perco tudo o que seguro
Pois pressinto
Um mergulho no escuro

O suor de minha fronte
Vem salgar a minha boca
Olhos fixos no horizonte
Mas o vento sopra em popa
E me move adiante

A desejar um êxtase
Do seu corpo inebriante
Que derreta qualquer base
Me perverta em transe
Louco e radiante

Tempestades e temor
O luar e o esplendor
A tênue luz que lhe recorta
Escapa do breu a descoberta
Descortino seu mistério
Mesmo vindo do etéreo

Um perfume inspirador
Um toque sedutor
Um amante nos teus seios
Inspira no poeta os devaneios
Na pele em pele o tremor
Na alma, puro amor

 

Fernando Barone, confia!